estava bem. bem mesmo sabe..
tinha me livrado dessa vontade e pensamentos.. no sábado minhas energias e forças haviam voltado. sai, passei um tempo com pessoas da minha idade. sorri pra valer até as bochechas doerem e fui a vigília depois e isso me fez lembrar que Deus me ama. e até pensei que tudo tivesse passado, que essa vontades não fosse mais acontecer.
mas nada como ouvir o seu pai falando besteira para tudo volta a tona novamente.. é. eu não sei, eu não entendo mais. não quero mais. não quero mais nada disso.
eu ouço muita coisa calada, sem poder debater, tendo argumento e não poder dizer.
talvez eu seja mesmo um puta, vadia, piranha, facil. meu pai pensa isso talvez ele esteja certo. talvez eu seja tudo isso. ele nunca disse com todas as letras, mas as coisas que ele diz fere tanto que é como se ele dissesse em alto e bom som. parece que nada que eu faça para agrada-lo nada basta, nada é o suficiente para ele ficar feliz. e eu me esforço viu. Quantas vezes ja deixei de sair apenas para evitar maiores discurções depois?
e hoje eu perguntei, tive a cara de pau. meu pai estava brigando com a minha mãe, falando coisas absurda e ele deu uma pausa. e essa foi a minha deixa
- pai, porque o senhor me odeia tanto?
- odiar em que sentido?
- em todos. uma vez disse que nem sua filha eu era mais. - e ai eu desabei. comecei a chorar - e eu lembro que disse que eu sou um desgosto porque queria um menino. que sou uma desgraça.
e ele começou gritar. dizendo que não o respeito e disse todos os meus defeitos, que eu repeti e não tinha nem um pingo de pena de mim agora que tenho mais é que sofrer mesmo. que eu estava o envergonhando porque já havia me esfregado com um, e agora com outro e daqui a pouco com outro e outro..
e foi ai que os pensamentos voltaram para mim.. sai do carro com um expressão vazia. e subi as escadas com calma. mas assim que me vi fora do ponto de vista da minha mãe e do meu pai chorei feito um criança que se recusa a sair balanço. e eu gritava sem som. sentindo tudo aquela dor queimar por dentro toda a minha alma. andava quase caindo pois queria cama, queria algum abraço,
algum amor.
me recompus pq estava afim de evitar perguntas da Thays. fui para o meu quarto. e me tranquei.
e fiz de novo.
me sentei no chão frio. com uma gilete apoiada na tampa do vaso sanitário. e eu já não chorava.apenas olhava eu desdobrando lentamente o papel que envolvia aquele aço pontiagudo. e juro que demorei a começar. eu não queria fazer aquilo mas fiz. minha respiração começou a ficar pesada, o ambiente me oprimia mais ainda, e minha cabeça latejava com as vozes interna na minha cabeça. cada palavra do meu pai entrando no meu coração, cada muralha que construí para parece
ser forte desabando. e novamente os meus pulsos sofreram. lá não é tão doloroso e fácil como as minhas coxas. e não satisfeita pelos cortes nem tão profundos, passei perfume em um algodão e apertei contra as linhas a vermelhadas. ardeu. mas me recusava a soprar.
eu merecia aquilo. eu merecia tudo de ruim. porque afinal não presto.
não ponho a culpa nele. a culpa é minha. totalmente minha. não sei o pq exatamente mas é minha eu sinto isso.
e por fim, me levante e me olhei no espelho. olha dentro do meus próprios olhos me fizeram lacrimejar. arranquei a minhas roupas e fui para o banho. e la desabei. minha respiração voltou a pesar. queria vomitar, estava eu enojada. me curvei sobre mim mesma e fiquei a
ssim chorando por não ser o orgulho, por não ser a perfeita, por ser a vaca, por ser a dada..